sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ao acaso caído num mar de sentir
Sem sentido nadando em qualquer direção
Um ponto humano, na imensidão, a nau flagrava

Estendida, a mão, para fora
Exibia o que o corpo ancorava

Como uma outra mão, lhe roçava os dedos o bote
E assim foi escalada a corda
Onde se sentia pele macia de seio de mulher

No fim da corda
Na parede do casco
Estampado um nome de garota

Olhou para cima, comtemplou o céu estrelado em movimento:
Não há porto que seja mais seguro do que feminino convés!
Deitou-se, desnudo, desnaufragado e o principal...
Destinado.

Mary Anne.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Eu te amo.

Seu amor me furta

Seu horror me encanta

Minha vida é curta

Minha fome é tanta


Minha carne é fraca

Minha paz é louca

Minha dor é farta

Minha parte é pouca


Minha cova é rasa

Meu lamento é mudo

Seu amor me arrasa

Sua ausência é tudo


Minha sorte é cega

Sua luz me esconde

Minha morte é certa

Meu lugar é onde


Seu carinho é pena

Seu amor é mando

Minha falta é plena

Minha vez é quando.

Cacaso.