sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Blues.

Ele despiu minhas roupas do corpo de uma outra mulher.
Eu não queria que ela perdesse calor para a noite, então emprestei-lhe o que usava para proteger o meu corpo. Sinceramente nunca cheguei a crer que ao som de um blueslíquido ele é quem protegeria aquele corpo pequenino e tão claro.
É só uma tempestade - me disse há um tempo. Que longa tempestade, então eu digo.
Não que tempo seja relevante quando falamos de amor. Ele é indubitavelmente eterno. Eu o esperarei, ou então será ele quem me esperará. Enquanto isso seremos como cobertas que se sacodem quando o vendaval atinge o varal em nosssos quintais.



Nunca mais. Nunca mais.

Insanidade.




Aéreo na
Rua
Quis um peixe
Quis o mundo
Pediu uns cigarros
Ganhou corpo de alcool
Não era loucura -
não para uma Flor.
Não havia frio
porque também não havia covardia
Boca de coração
com carinho nos pés
Não; não me deixa
Porque quero seguir errante.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O cavaleiro da triste figura.

Eu o queria, mas estava destinada ao suplício, assim como Tântalo. O ciúme me toma por completo e as histórias que pedi uma noite para que me contasse, agora me arrancam o sono.
7 degraus de escadas. E eu imagino lindos seios claros e cabelos bastante negros que sequer chegaram a derramar gotas de suor - aquelas que brotam quando fazemos amor de modo desesperado. Ele viveu por aquilo. Eu não Vivi. Então vejo ele mordendo os lábios e de seus olhos restam uma tênue tira branca. Vem o gozo, porque o prazer significa adorar.
A grandiosa estrela da manhã vem ofuscar o resto da sombra de tantas palavras jorradas da boca daquela menina, quando não havia luz. Mais um ano de vida entre as pernas de alguém. Foracidade feliz que também veio do toque das mãos.
Ela vive. Eu não.