sábado, 18 de junho de 2011

Vida longa ao Fim.


Tirando a poeira das minhas escritas. Aos dias dos meus 15 anos, saúdo.

"Não venho catequizar-te, ou fazê-lo culpado
Para isso, há muito, a Igreja inventou o pecado."

Desde já saúdo.
Saúdo a tudo aquilo que ousa ser.
Sem a mesquinhez de saudar as coisas boas da vida
que, em suma, preferem se esconder.

Saúdo o que é. E não o que tentou usurpar.
Ao desencanto religioso
Vamos, pois, saudar
O pecado da fé é no mínimo dogmatizar.

Saúdo quem erra. Todavia erra, buscando o acerto.
Ah! De fato não haveria de saudar
aqueles que corrigem e não vivem por medo
Justificam-se com Escrituras,
E como todos os outros pecadores
morrem cedo.

Saúdo o verso, a prosa e a rima.
O estilo cortado
O homem Abaporuerizado
do moderno sem disciplina.

Perco a sonoridade

Saúdo aos céus e não aqueles que o habitam.
O palco de todas as borboletas.
O azul que une ao mar. O mar que guarda Njord.
Aquele que o amor não vingou por barreiras geográficas.
Saúdo a inocência, aquela que encanta e brota na expressão da simplicidade excêntrica.Os olhos nus da verdade.
Saúdo a sustentação. Aos bons amigos de risos tortos e abraços maldados.
Saúdo as palavras que descansam meus ombros de fardos pesados.
Saúdo meus devaneios que me libertam do ordinário.
Saúdo a vingança, que anula a auto-destruição. Simplicidade útil.
Saúdo o silêncio, que já dissera palavras o bastante. O silêncio que evita definições errôneas.

Para mãos, dedos.
Para os dedos, unhas.
Para nós,vida longa ao fim.
Princípio enaltecido.
Apenas vindas longas, partidas breves.
Saudade distante.




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